O que é a Rede de Laboratórios Moitará?

A Rede de Laboratórios Moitará constitui-se como espaço de convergência de diferentes núcleos e laboratórios de pesquisa operando como um elo ativo entre iniciativas acadêmicas e cidadãs com atuação dentro e fora do espaço universitário, conjugando teoria e prática, ciência e política na construção de um espaço de interlocução entre a academia e a sociedade. Compõem a rede os seguintes núcleos e laboratórios: Laboratório Território e Comunicação (LabTeC/UFRJ); Núcleo de Museologia, Território e Sociedade (NuMTeS/UNIRIO), Laboratório de Estudos sobre Proteção Social e Trabalho (LEPSot/UFRJ); Ás de Paus: Laboratório de Comunicação e Multimeios (UEM); Pragmatismos: Direito, Pragmatismo(s) e Filosofia (UERJ). No âmbito editorial, a Rede de Laboratórios Moitará apoia a revista Lugar Comum – Estudos de mídia, cultura e democracia. A partir de publicações quadrimestrais e dossiês pontuais, o periódico propõe-se a ser um espaço de interlocução entre diferentes campos de estudo e temas de investigação.

NOSSOS LABORATÓRIOS

Laboratório Território e Comunicação – LABTeC

Formado em 1997, no âmbito da UFRJ, a temática central do LABTeC desdobra-se em quatro eixos, com foco particular de interesse na avaliação e formulação de políticas públicas. São eles: i) a problematização das tendências à “desmaterialização” dos produtos e dos processos na perspectiva da socialização do trabalho no novo regime de acumulação; ii) a crescente integração econômica de fatores produtivos territorializados e articulados na forma de redes, com ênfase no desenvolvimento de pequenas e médias empresas; iii) a cidade como ator estratégico da nova economia mundial globalizada; iv) a economia do conhecimento e da informação, a comunicação e a cultura como elementos estruturantes de novos modos de produção. O LABTeC constitui um elo ativo da Rede Universidade Nômade – uma rede de iniciativas políticas e acadêmicas de caráter público que vem sendo desenvolvida em diferentes planos e em várias cidades do Brasil – e da Rede Moitará.

Coordenadores: Giuseppe Mario Cocco e Carolina Salomão Correa

Núcleo de Museologia, Território e Sociedade – NuMTes

Criado na UNIRIO em 2018, desenvolve programas e projetos integrados de ensino, pesquisa e extensão em torno das estreitas relações entre Museologia, Território e Sociedade sob o prisma da Museologia Social, do reconhecimento da centralidade e da potência produtiva dos territórios e da cidadania como exercício real dos direitos humanos. Tributários da militância dos movimentos contestatórios internacionais dos anos 1960 e subsequentes, das experiências da Ecomuseologia dos anos 1970, bem como de todos os processos de institucionalização de alternativas ao elitismo da museologia, que engendraram o que entendemos por Nova Museologia, os museus comunitários que inspiram e norteiam o funcionamento deste núcleo são esforços declarados no sentido de outra dynamis para o campo: aquela que desloca os pontos de partida e de chegada (sujeito e objeto) de sua ação ao abandonar velhas pro(e)posições – “sobre” (o outro), “para” (o outro), “com” (o outro) – em proveito de uma nova posição: “a partir de” (si, aquele que, até então, era o “outro” da museologia tradicional, redimensionando-o e reposicionando-o como agente enunciador: sujeito).

Coordenadores: Vladimir Sibylla Pires e Mario de Souza Chagas

Ás de Paus: Laboratório de Comunicação e Multimeios

O ás no naipe de paus representa o princípio da imaginação e criação. A criação do curso de Comunicação e Multimeios, na Universidade Estadual de Maringá, a partir de 2011, foi uma aposta na potencialidade crítica e de realização do campo da comunicação em interação com processos multimeios, ou seja, toda a complexidade filosófica, histórica, sociológica, biológica da comunicação associada com mídias múltiplas em suas linguagens, suportes ou processos. O Laboratório é um projeto de ensino institucional, que congrega e destaca as atividades fora da sala de aula, fundamentadas em pesquisa, realizadas em extensões ou mesmo informais, que afetam as atividades de ensino. Criado sem espaço físico, com minguados recursos e equipamentos, o curso resiste, criando espaços virtuais que geram pertencimento de grupo e propiciam uma formação não convencional no campo da comunicação. Sonhamos que seja adequada à complexidade do presente, e que contribua para outros devires. 

Coordenadora: Ana Cristina Teodoro da Silva

Pragmatismos: Direito, Pragmatismo(s) e Filosofia

Somos um grupo de pesquisa vinculado ao Centro de Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e ao Programa de Pós-Graduação em Direito (PPGD/UERJ), através da linha Teoria e Filosofia do Direito. O grupo tem como objetivo articular concepções pragmáticas da Filosofia, da Arte e das Ciências, relacionando-as a debates políticos e jurídicos contemporâneos. Criado em 2019, como resultado do I Seminário Internacional de Direito e Literatura (UERJ), reúne alunas(os) da graduação e da pós-graduação em Direito, sendo responsável pela organização de atividades acadêmicas, intercâmbios científicos, publicações e produção de conteúdos destinados à ampla divulgação.

Coordenador: Alexandre Fabiano Mendes

Laboratório de Estudos de Proteção Social e Trabalho (LepSot)

O LepSot – sediado na Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro – dedica-se, desde 2006, ao estudo das tendências gerais das políticas de proteção social e suas relações com o trabalho, considerando as mudanças no modo de produção e regime de acumulação capitalista, que conformaram novas formas de uso do trabalho, nas quais predominam a precariedade e a superexploração. No âmbito do LepSot, os conceitos de proteção social e trabalho não se remetem exclusivamente à proteção estatal, o primeiro, ou ao emprego subordinado ao capital, o segundo; mas os excedem, articulando-os. Proteção social, para além das políticas públicas, refere-se à capacidade cooperativa e solidária das pessoas de cuidarem de si e das outras para viver melhor em sociedade. Trabalho, para além do emprego remunerado e explorado, significa produzir bens e serviços úteis ao (bem) viver. E os dois conceitos se articulam na dimensão da reprodução social.

Coordenadoras:

Coleção Máquinas, Linhas e Territórios

Entre cinismo e fascismo: depois de junho de 2013, narrativas e constituição

O novo livro de Giuseppe Cocco, reunindo um conjunto de agudas intervenções sobre o Brasil pós-2013, está longe de ser apenas uma análise política sobre os dilemas da atualidade. A prosa do autor é permeada de embates físicos e materiais: os ruídos de uma terra que treme, os gritos de esperança nas ruas, a carne impura e elétrica dos ciborgues nas metrópoles, a fricção luminosa dos corpos coletivos em formação. Mas escutamos, também, o canto sedutor e destrutivo das novas tiranias: cinismo e fascismo se abraçam, sob os aplausos de uma plateia global, frustrando experiências concretas e éticas de radicalização democrática. Diante do bloqueio, sem deixar de apresentar uma rica e diversificada paisagem intelectual, o livro funciona como um atlético e até intrometido empurrão. Aquele que precisamos quando o corpo, adormecido numa perigosa zona de conforto, abandona aos poucos o desejo de viver e de lutar.

A crise dos refugiados: a fuga como perspectiva

A chamada “crise dos refugiados” é mais extensa, trágica e dolorosa do que somos capazes de colocar em relatórios oficiais. A despeito disso, ela é também a expressão de um enorme desejo pela vida e pela paz. A crise, neste sentido, é também a reviravolta nas hierarquias, a reinvindicação por uma cidadania global, povoada de singularidades. Não se trata de recusar a tragédia, mas recuperá-la do vazio e da impotência. Este livro é um esforço de reflexão sobre o testemunho diário que nos fazem os refugiados e migrantes, os sujeitos em fuga. O que podemos aprender com este gesto?

Vertigens de junho: os levantes de 2013 e a insistência de uma nova percepção

Os ensaios de Alexandre Mendes sobre Junho, escritos no calor de evento e ao longo dos últimos 04 anos, são de uma grande lucidez política e teórica e carregam ensinamentos para além dos levantes de 2013. Através dessas leituras, podemos acompanhar as reflexões sobre o evento, as armadilhas de sua pacificação durante as mobilizações pelo impeachment em 2015 e, enfim, uma série de reflexões de fôlego sobre os abalos sísmicos que atravessaram as lutas desde o longo ciclo da Primavera Árabe (2011). Depois de discutir os enigmas do político, entre as experiências de democracia radical (e suas máscaras) e dos populismos (com suas bandeiras), Alexandre nos propõe a aceitar o caminho da invenção, buscando as diversas linhas que compõem o deserto, lá mesmo onde as multidões fazem o seu êxodo.

Trabalho e valor no capitalismo contemporâneo

O trabalho de reflexão de Pablo Miguez no livro que segue se estrutura em torno das contradições e pertinência do binômio trabalho e valor no contexto do capitalismo contemporâneo, chamado também de capitalismo cognitivo. Nesse sentido, trata-se de um trabalho de investigação que se situa na crise do capitalismo industrial tendo como marco da análise a ruptura da lógica da geração de valor. Pablo realiza um minucioso trabalho de recuperação e análise das transformações do capitalismo, da sua fase mercantil à cognitiva com especial enfoque no crescente papel do conhecimento nos processos de trabalho e geração de valor.


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