Reflorestar a democracia

Organização Giuseppe Cocco (PPGCOM-UFRJ), Barbara Szaniecki (ESDI-UERJ). Em cooperação com Oscar Augustin e Bak Jorgensen, Universidade de Aalborg.

Em um livrinho publicado em 2012, Michel Serres apresentava a mudança de mundo e os desafios políticos que essa mudança implica. “(Nosso) corpo se metamorfoseou: mudaram a vida e a morte, o sofrimento e a cura, o trabalho, o espaço, o habitat, (quer dizer nossa) maneira de estar no mundo”. Ao mesmo tempo, escreve o filósofo da ciência, “vejo nossas instituições reluzir de um brilho parecido ao das constelações que, como nos explicam os astrônomos, já morreram faz muito tempo”[1]. Uma década depois, a metáfora cosmológica não poderia ser mais adequada.

As instituições democráticas precisam de uma nova luz, de novos imaginários sociais.

A volta da guerra de alta intensidade no coração da Europa, com a mobilização de uma retórica que faz pensar mais ao crash da civilização do que ao clash entre as civilizações amplifica dramaticamente essa urgência. Em paralelo a este fenômeno, no mundo inteiro, cidades e florestas vêm sendo ameaçadas e, com elas, suas populações, sua fauna e sua flora, inteiros biomas se perdem afetando diretamente o clima global.

O seminário tem como propósito provocar uma reflexão sobre a possibilidade de “reflorestar a democracia”, por meio de “reassembleamentos de pessoas & povos da floresta e além dela”. Reflorestar a democracia significa reimaginar as instituições, procurar por novas luzes, novas perspectivas.

Programação

14:30 – abertura

Barbara Szaniecki e Giuseppe Cocco

15h – Session 1

Barbara Szaniecki
Reflorestar a democracia

15:30 – 16:00

Alexandre Mendes
Macunaíma: Brasil como Pindorama

16:30 – Café

17h – Session 2

Oscar Garcia Agustin
Extrema-direita e a Natureza: Imaginários Espaciais e Mudanças Climáticas

17:30 – 18:00

Martin Bak Jorgensen
A produção de lugares através de imaginários radicais: Lugares construídos de lutas pela justiça social 

Debate

 

[1] Michel Serres, Petite Poucette, Le Pommier, Paris, 2012, p. 22.

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